26 fevereiro 2011

(Pablo Picasso)

"Há uma cor que me persegue e que eu odeio,
Há uma cor que se insinua no meu medo.
Porque é que as cores têm força
De persistir na nossa alma,
 Como  fantasmas?
Há uma cor que me persegue e hora a hora
A sua cor se torna a cor que é a minha alma."
Ricardo Reis (Fernando Pessoa)
mix (imagem+texto) by Moonshine

23 fevereiro 2011

22 fevereiro 2011

LiveSummer 2011

Great! Fantástica esta imagem da campanha publicitária LiveSummer 2011 da Tela Bags.

Tela Bags é uma marca nacional criada em 2006 que reaproveita materiais tendo por base o mote "from trash to trends". 

18 fevereiro 2011

(Henri Matisse)

"Life is a train of moods like a string of beads; and as we pass through them, they prove to be many colored lenses, wich paint the world their own hue and each shows us only what lies in its own focus."
Ralph Waldo Emerson
mix (imagem+texto) by Moonshine

16 fevereiro 2011

O Mandarim


" «No fundo da China existe um mandarim mais rico que todos os reis de que a fábula ou a história contam. Dele nada conheces, nem o nome, nem o semblante, nem a seda de que se veste. Para que tu herdes os seus cabedais infindáveis, basta que toques a campainha, posta a teu lado, sobre um livro. Ele soltará apenas um suspiro, nesses confins da Mongólia. Será então um cadáver: e tu verás a teus pés mais ouro do que pode sonhar a ambição de um avaro. Tu, que me lês e és um homem mortal, tocarás tu a campainha?»

Estaquei, assombrado, diante da página aberta: aquela interrogação «homem mortal, tocarás tu a campainha?» parecia-me faceta, picaresca, e todavia perturbava-me prodigiosamente. Quis ler mais; mas as linhas fugiam, ondeando como cobras assustadas, e no vazio que deixavam, de uma lividez de pergaminho, lá ficava, rebrilhando em negro, a interpelação estranha - «tocarás tu a campainha?» "

in "O Mandarim" de Eça de Queirós

12 fevereiro 2011

Parc de Bruxelles





(fotos by Moonshine)
Um passeio pelo Parque de Bruxelas ( Bélgica) com um tímido sol de inverno.

03 fevereiro 2011

Juan Gris

"Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo."
Fernando Pessoa
mix (imagem+texto) by Moonshine

02 fevereiro 2011

Todos os Nomes


"O Sr. José não se encontra nos últimos degraus de uma escada altíssima, olhando para baixo e observando como eles se vão tornando cada vez mais estreitos até se reduzirem a um ponto a tocar no chão, mas é como se o seu corpo, em lugar de reconhecer-se uno e inteiro na sucessão dos instantes, se encontrasse repartido ao longo da duração destes últimos dias, da duração psicológica ou subjectiva, não da matemática ou real, e com ela se contraísse e dilatasse. Sou definitivamente absurdo, repreendia-se o Sr. José, o dia já tinha vinte e quatro horas quando foi decidido que as tivesse, a hora tem e sempre teve sessenta minutos, os sessenta segundos do minuto vêm desde a eternidade, se um relógio começa a atrasar-se ou a adiantar-se não é por defeito do tempo, mas da máquina, o que eu devo ter, portanto, é a corda avariada. A ideia fê-lo sorrir frouxamente, Não sendo o desarranjo, pelo menos que eu saiba, na máquina do tempo real, mas na mecânica psicológica que o mede, o que eu deveria fazer era procurar um psicólogo que me reparasse a roda de escape. Sorriu outra vez, depois ficou sério, O caso resolve-se mais facilmente do que isso, aliás ficou arrumado por natureza, a mulher está morta, não há mais nada a fazer, guardarei o processo e o verbete se quiser ficar com uma recordação palpável desta aventura, para a Conservatória Geral será como se a pessoa não tivesse chegado a nascer, provavelmente ninguém virá a precisar destes papéis, também posso ir deixá-los em qualquer parte do arquivo dos mortos, logo à entrada, junto com os mais antigos, aqui ou além dá no mesmo, a história é igual para todos, nasceu, morreu, a quem vai agora interessar quem tenha sido, ..."

in "Todos os Nomes" de José Saramago