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Ficaram uns livros com as lombadas danificadas, um guia de criação de cogumelos a que tinham sido arrancadas as ilustrações, o volume R de uma enciclopédia, com nódoas intermitentes de tinta azul. Escorrendo para fora do passeio, acumulados na sarjeta, viam-se cheques usados e recibos e facturas, com a anotação de pagas, Réglé escrito numa letra delicada, fina. Foi a caligrafia que fez Lavinia parar e curvar-se para observá-la mais de perto. Tinha um toque muito pessoal, como uma voz ténue que procurasse dar sentido áquilo que o tinha perdido. Percebeu que era letra de mulher mesmo antes de descobrir o nome. Solange Montagnac.
Então tudo se resumia áquilo, pensou Lavinia. No fim, era tudo o que restava. Uma vida podia reduzir-se a meia dúzia de traquitanas sem importância. "
in "Crepúsculo" de Katherine Mosby
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