04 março 2010

Uma Escolha por Amor


"Os médicos foram simpáticos mas não tentaram esconder a preocupação. As lesões cerebrais eram sempre graves, afirmaram, mas acalentavam a esperança de que as feridas sarassem e que, com o tempo, a situação se resolvesse.
Por vezes duvidava que os médicos compreendessem a intensidade emocional do tempo, ou aquilo por que ele estava a passar, ou até que o tempo fosse algo de finito. Duvidava. Ninguém sabia quanto ele estava a sofrer ou compreendia verdadeiramente a escolha que Travis tinha diante de si. Na aparência, era fácil. Faria exactamente o que Gabby queria, como ela o obrigara a prometer que faria.
Mas, e se…
O problema era esse. Pensara longa e profundamente acerca da realidade da situação; passara noites em claro a reflectir sobre a questão. Voltara a debater o verdadeiro significado do amor. Na escuridão, dava voltas e mais voltas, desejando que outra pessoa chamasse a si a responsabilidade da escolha. Mas aquele era um debate solitário e na maioria das manhãs acordava com a almofada molhada de lágrimas, no lugar onde devia ter estado a cabeça de Gabby. E, em cada manhã, as suas primeiras palavras eram sempre as mesmas.
- Peço perdão, meu amor."
in "Uma Escolha por Amor" de Nicholas Sparks

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