28 agosto 2010

(Azure)
"O luar enche a terra de miragens
E as coisas têm hoje uma alma virgem,
O vento acordou entre as folhagens
Uma vida secreta e fugitiva,
Feita de sombra e luz, terror e calma,
Que é o perfeito acorde da minha alma."
Sophia de Mello Breyner

10 agosto 2010

Voo Final


"O outro avião aproximou-se rapidamente. Era muito mais veloz do que o Moth. Houve um clarão e um ruído de dísparos. Harald já esperava que o Messerschmitt disparasse sobre eles, mas não conteve um grito de choque e medo.
Karen virou para a direita, tentando estragar a pontaria do atirador. O Messerschmitt passou rápido por baixo. Os disparos cessaram, e o motor do Hornet Moth manteve a toada. Não haviam sido atingidos.
Harald recordou-se de Arne lhe ter dito que era bastante difícil um avião rápido disparar sobre um lento. Talvez fosse isso que os salvara.
Ao virarem, olhou pela janela e viu o caça desaparecer ao longe.
- Acho que estamos fora do seu alcance - referiu.
- Não por muito tempo - replicou Karen.
De facto o Messerschmitt dava a volta. Os segundos arrastaram-se enquanto o Hornet Moth descia a pique em direcção à protecção da nuvem e o caça célere descrevia uma volta ampla. Harald viu que o anemómetro deles atingira os cento e sessenta. A nuvem estava torturantemente próxima - mas não o suficiente.
Viu os clarões e ouviu os estampidos quando o caça abriu fogo. Desta vez o avião estava mais próximo e o caça tinha um melhor ângulo de ataque. Para seu horror, viu aparecer um rasgão em ziguezague no tecido da asa inferior esquerda. Karen empurrou a manche e o Hornet Moth inclinou-se.
Depois, subitamente, mergulharam na nuvem. "
in "Voo Final" de Ken Follet

09 agosto 2010

Canja de Galinha para a Alma da Mulher


"- Mãe, responde só o que queres ser quando cresceres. Podes ser tudo aquilo que tu quiseres!
Nesse momento, fiquei tão comovida que não consegui responder imediatamente e Alyssa desistiu e saiu do quarto.
Essa experiência – essa pequena experiência de cinco minutos – tocou profundamente o meu coração. Comoveu-me porque, aos olhos da minha filha, eu ainda podia tudo aquilo que quisesse! A minha idade, a minha carreira, os meus cinco filhos, o meu marido, o meu bacharelato, o meu mestrado: nada tinha importância. Aos olhos dela, eu ainda podia ter sonhos e chegar às estrelas. Poderia ainda vir a ser astronauta ou pianista ou mesmo cantora de ópera. Aos olhoa dela eu ainda tinha de crescer e muitas coisas para “ser” na minha vida.
O mais bonito deste encontro com a minha filha foi quando percebi que, na sua inocência e honestidade, ela teria feito a mesma pergunta aos avós e bisavós.
Alguém escreveu: “A mulher de idade que eu irei ser será bastante diferente daquela que sou agora. Um outro Eu está a começar…”
Portanto… o que é que queres ser quando cresceres? "
in "Canja de Galinha para a Alma da Mulher" de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne, Marci Shimoff