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08 março 2013

Dia Internacional da Mulher


A minha homenagem à MULHER

(Portrait de Françoise de Pablo Picasso)

"Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levassse...
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes  e calma"

Sophia de Mello Breyner

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18 fevereiro 2013

"Les Pays des Miracles" de René Magritte

"O meu maior desejo
sempre foi
o de aumentar a noite
para a conseguir
encher de sonhos"
Virginia Wolf

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21 março 2012

Dia Mundial da Poesia

(A Poetisa de Joan Miró)

"Versos! Versos! Sei lá o que são versos...
Pedaços de sorriso, branca espuma,
Gargalhadas de luz, cantos dispersos,
Ou pétalas que caem uma a uma..." 
    
Florbela Espanca
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18 fevereiro 2012

(Heleen Vriesendorp)

"As minhas mãos mantêm as estrelas
Seguro a minha alma para que se não quebre
A melodia vai de flor em flor
Arranco o mar do mar e ponho-o em mim
E o bater do meu coração sustenta o ritmo das coisas."

Sophia de Mello Breyner
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21 março 2011

Dia Mundial da Poesia

O Poeta de Pablo Picasso

"A poesia é a minha explicação com o universo, a minha convivência com as coisas, a minha participação no real, o meu encontro com as vozes e as imagens."
Sophia de Mello Breyner
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26 fevereiro 2011

(Pablo Picasso)

"Há uma cor que me persegue e que eu odeio,
Há uma cor que se insinua no meu medo.
Porque é que as cores têm força
De persistir na nossa alma,
 Como  fantasmas?
Há uma cor que me persegue e hora a hora
A sua cor se torna a cor que é a minha alma."
Ricardo Reis (Fernando Pessoa)
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03 fevereiro 2011

Juan Gris

"Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo."
Fernando Pessoa
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26 dezembro 2010

É Natal!






















"Fui ver ao dicionário de sinónimos
A palavra mais bela e sem igual.
Perfeita como a nave dos Jerónimos…
E o dicionário disse-me NATAL.

Pergunto aos poetas que releio:
Gabriela, Régio, Goethe, Poe, Quental,
Lorca, Olegário… e a resposta veio:
Christmas… Noel… Natividad… Natal…

Interroguei o firmamento todo!
Cobras, formigas, pássaros, chacal!
O aço em chispa, o “pipe-line”, o lodo!
E a voz das coisas respondeu: NATAL.

Cânticos, sinos, lágrimas e versos:
Um N, um A, um T, um A, um L…

Perguntei a mim próprio e fiquei mudo…
Qual a mais bela das palavras, qual?
Para que perguntar se tudo, tudo,
Diz Natal, diz Natal e diz Natal?!"

Adolfo Simões Muller

30 novembro 2010

René Magritte

"Ali vimos a veêmencia do visível,
O aparecer total exposto inteiro
E aquilo que nem sequer ousáramos sonhar
Era o verdadeiro."
Sophia Breyner Andresen
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28 agosto 2010

(Azure)
"O luar enche a terra de miragens
E as coisas têm hoje uma alma virgem,
O vento acordou entre as folhagens
Uma vida secreta e fugitiva,
Feita de sombra e luz, terror e calma,
Que é o perfeito acorde da minha alma."
Sophia de Mello Breyner

01 junho 2010

Dia Mundial da Criança


Esta ternurenta foto de Anne Geddes é perfeita para lembrar o Dia Mundial da Criança e homenagear as crianças, assim como a referência a uma escritora que contribuiu para o crescimento literário das crianças e jovens, cativando-os com a sua escrita e fazendo despertar neles o gosto pela leitura. Maria Alberta Menéres nunca perdeu a vivacidade e irreverência da infância, conseguindo transmitir toda essa irrequietude através da sua escrita. Numa entrevista ao Notícias Magazine (Maio 2010), a filha Maria Eugénia de Melo e Castro (cantora) confidencia acerca da mãe: “É avessa a qualquer coisa mundana e isso aproximou-a muito das crianças porque com as crianças não há cerimónias. A infância dela foi tão boa que resolveu prolongá-la em função dessa timidez brutal e dessa incapacidade que tem de lidar com coisas reais. O lado infantil e da imaginação foi sempre muito mais forte e manteve-se até hoje de uma forma absolutamente extraordinária.”

Para todas as crianças, aqui fica a poesia "O Verde" do livro "O Livro das Sete Cores"

"Eu sou o verde,
Vim de um arco-íris e escorreguei
Por dentro de uma gota de chuva.
O céu era azul e a terra amarela,
e deles nasci.
Andei à cata de coisas
E poisei num cacto do deserto.
De mar em mar,
De lagarto em rã,
Descobri esmeraldas
E abri olhos de gatos.
Andei de gatas, rasteirinho,
Pela terra de gafanhotos novos, da salsa, das nabiças
Da alface, da hortelã.
Fiz-me caldo verde,
Fui à mesa, escondido no verde das garrafas.
Dei-me a cheirar nos mangericos.
Espreitei pelas persianas e vi os carros
passarem quando eu mandava.
Mostrei-me nas bandeiras.
Subi às aluras na hera dos muros;
Nos limos, nas algas,desci às funduras.
Viajei muito, colecciono tudo:
Penas de papagaio,
Berlindes,
Ervilhas,
Trevos de quatro folhas,
Moedas desenterradas,
Umas vezes sou velho, outras sou novo.
Tanto posso despontar de uma erva escondida
Como posso secar numa folha caída."

26 abril 2010

A liberdade é...

“A liberdade é
um livro escrito com a tinta
de que são feitos os sonhos.

(…)
A liberdade
é um livro sempre aberto
na página ainda por escrever.

(…)
A liberdade
é uma letra apaixonada
por um número iluminado.

(…)
A liberdade
é a poesia a matar em nós
a fome que temos de música.

(…)
A liberdade
é um capitão a beijar
a alegria de um cravo.

(…)
A liberdade
é um sonho de uma noite
a durar a vida inteira.”

Ao acordar pela manhã deparei-me com a definição poética de liberdade no destacável Terra do Nunca da revista Notícias Magazine de onde transcrevi alguns dos versos.
Os versos são de um livro para crianças da autoria de José Jorge Letria.
Achei magnífico o modo como se pode transmitir a uma criança o conceito de liberdade. E eu que já não sou criança (pelo menos em idade :))), adorei verdadeiramente!

08 janeiro 2010

"Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjectividade objectiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...

Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
...
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã..."
Álvaro de Campos (F.P.)

20 dezembro 2009

Specially for ...

" O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo..."
Alberto Caeiro (F. P.)

Especialmente para a X. com um grande beijinho de Parabéns!

13 novembro 2009

"Se recordo quem fui, outrem me vejo,
E o passado é o presente na lembrança.
Quem fui é alguém que amo
Porém somente em sonho.
E a saudade que me aflige a mente
Não é de mim nem do passado visto,
Senão de quem habito
Por trás dos olhos cegos.
Nada, senão o instante, me conhece.
Minha mesma lembrança é nada, e sinto
Que quem sou e quem fui
São sonhos diferentes."
Ricardo Reis (F. P.)

21 agosto 2009

"São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas."
Eugénio de Andrade
mix (imagem+texto) by Moonshine

18 junho 2009


"Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar.
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu..."

Álvaro de Campos

03 junho 2009

Sonetos


“Quis Deus dar-me o condão de ser sensível
Como o diamante à luz que o alumia,
Dar-me uma alma fantástica, impossível:
- Um bailado de cor e fantasia!

Quis fazer de ti a ambrósia
Desta paixão estranha, ardente, incrível
Erguer em mim o facho inextinguível,
Como um cinzel vincando uma agonia!

Quis Deus fazer-me tua… para nada!
-Vãos, os meus braços de crucificada,
Inúteis esses beijos que te dei!

Anda! Caminha! Aonde! Mas por onde?...
Se a um gesto dos teus a sombra esconde
O caminho de estrelas que tracei …”

in "Sonetos" de Florbela Espanca

18 maio 2009

Eu

"Eu não sou eu nem nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro."
Mário de Sá Carneiro

08 maio 2009

Mar


"Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim,
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho,
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim."

in "Antologia - Mar" de Sophia de Mello Breyner