01 junho 2010
Dia Mundial da Criança
Esta ternurenta foto de Anne Geddes é perfeita para lembrar o Dia Mundial da Criança e homenagear as crianças, assim como a referência a uma escritora que contribuiu para o crescimento literário das crianças e jovens, cativando-os com a sua escrita e fazendo despertar neles o gosto pela leitura. Maria Alberta Menéres nunca perdeu a vivacidade e irreverência da infância, conseguindo transmitir toda essa irrequietude através da sua escrita. Numa entrevista ao Notícias Magazine (Maio 2010), a filha Maria Eugénia de Melo e Castro (cantora) confidencia acerca da mãe: “É avessa a qualquer coisa mundana e isso aproximou-a muito das crianças porque com as crianças não há cerimónias. A infância dela foi tão boa que resolveu prolongá-la em função dessa timidez brutal e dessa incapacidade que tem de lidar com coisas reais. O lado infantil e da imaginação foi sempre muito mais forte e manteve-se até hoje de uma forma absolutamente extraordinária.”
Para todas as crianças, aqui fica a poesia "O Verde" do livro "O Livro das Sete Cores"
"Eu sou o verde,
Vim de um arco-íris e escorreguei
Por dentro de uma gota de chuva.
O céu era azul e a terra amarela,
e deles nasci.
Andei à cata de coisas
E poisei num cacto do deserto.
De mar em mar,
De lagarto em rã,
Descobri esmeraldas
E abri olhos de gatos.
Andei de gatas, rasteirinho,
Pela terra de gafanhotos novos, da salsa, das nabiças
Da alface, da hortelã.
Fiz-me caldo verde,
Fui à mesa, escondido no verde das garrafas.
Dei-me a cheirar nos mangericos.
Espreitei pelas persianas e vi os carros
passarem quando eu mandava.
Mostrei-me nas bandeiras.
Subi às aluras na hera dos muros;
Nos limos, nas algas,desci às funduras.
Viajei muito, colecciono tudo:
Penas de papagaio,
Berlindes,
Ervilhas,
Trevos de quatro folhas,
Moedas desenterradas,
Umas vezes sou velho, outras sou novo.
Tanto posso despontar de uma erva escondida
Como posso secar numa folha caída."
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