30 maio 2009

Fotos de Bruxelas

Bruxelas, Bélgica
Catedral de Saint Michel e Sainte Gudule
Grand Place
Jardim Botânico
Jardim Botânico
Igreja de Notre-Dame-du-Sablon

26 maio 2009

vive cada instante

"Vive o instante que passa. Vive-o intensamente até à última gota de sangue. É um instante banal, nada há nele que o distinga de mil outros instantes vividos. E no entanto ele é o único por ser irrepetível e isso o distingue de qualquer outro. Porque nunca mais ele será o mesmo nem tu que o estás vivendo. Absorve-o todo em ti, impregna-te dele e que ele não seja pois em vão no dar-se-te todo a ti. Olha o sol difícil entre as nuvens, respira à profundidade de ti, ouve o vento. Escuta as vozes longínquas de crianças, o ruído de um motor que passa na estrada, o silêncio que isso envolve e que fica. E pensa-te a ti que disso te apercebes, sê vivo aí, pensa-te vivo aí, sente-te aí. E que nada se perca infinitesimalmente no mundo que vives e na pessoa que és. Assim o dom estúpido e miraculoso da vida não será a estupidez maior de o não teres cumprido integralmente, de o teres desperdiçado numa vida que terá fim."

in "Conta corrente IV" de Vergílio Ferreira

25 maio 2009

O Sétimo Selo

“O silêncio. Um manto opaco de silêncio percorreu o horizonte plano e abateu-se sobre o cientista imobilizado naquela planície agora quieta. Era o som mais marcante da Antártida. O silêncio. Um silêncio tão grande, tão profundo, tão vazio que parecia zumbir-lhe aos ouvidos. Não se ouvia uma ave, uma voz, um som. Apenas nada. Por vezes o vento levantava-se e rumorejava baixinho, mas logo se deitava e voltava o silêncio. Aguardou mais uns instantes. Nada. Do nada emergiu então um ruído ténue, vibrante, ritmado. Bump-bump, bump-bump, bump-bump. Era o coração que lhe batia no peito. Quando o escutou, Dawson soube que tinha reencontrado o equilíbrio.”

in "o Sétimo Selo" de José Rodrigues dos Santos

24 maio 2009

"O Universo não é uma ideia minha.
A minha ideia do Universo é que é uma ideia minha."
Alberto Caeiro
mix (imagem+texto) by Moonshine

22 maio 2009

O homem que via passar os comboios

"A mão de Kees, metida numa algibeira, encontrou por acaso uma pequena agenda encadernada em marroquim vermelho, dourada no topo das folhas, que ele comprara por um florim afim de aí anotar as suas partidas de xadrez mais difíceis. O gesto nada tinha de extraordinário. Kees estava absolutamente inactivo. Na agenda, ainda só havia duas partidas anotadas, ou seja, duas páginas cobertas de sinais convencionais. Então aconteceu que ele pegou no lápis metido na encadernação e escreveu:
Saí de Groninga no comboio das 16h 7.
Em seguida, tornou a enfiar a agenda no bolso, só a retomando após a estação de Sneek para acrescentar:
Paragem demasiado breve para beber um copo.
Ora, muito mais tarde, esta agenda, estas notas, iriam servir aos alienistas para estabelecer que, desde a sua partida de Groninga, ele estava louco!"

in "O homem que via passar os comboios" de George Simenon

(libertei o livro em Controlled Release - ofereci-o a uma BookCrosser.)

20 maio 2009


"A humanidade masculina divide-se em dois grupos: areia ou falésia. A mulher é sempre o oceano."
Claude Aveline
mix (imagem+texto) by Moonshine

Eu e os Books, always!

Livro ganha asas e organiza o seu próprio roteiro :-O

Será que aquela história de “inteligência artificial” também se aplica aos livros???!!!
Não é que um dos livros que enviei em BookRing resolveu alterar o seu percurso e dar as caras noutro local. Ainda estou a meio do trajecto de deslindar o caso. Mas estou muito contente porque o livro foi encontrado, acarinhado por um ser humano que fez Journal Entry e se tornou BookCrosser. YUPPIIIIIIIIII!

18 maio 2009

Eu

"Eu não sou eu nem nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro."
Mário de Sá Carneiro

16 maio 2009

Lisbon Fish & Flavours

Momentos agradáveis passados na companhia de amigos, deliciosa gastronomia gourmet e os paladares das bebidas dos deuses.

15 maio 2009

"A recordação é o perfume da alma. É a parte mais delicada e mais suave do coração, que se desprende para abraçar outro coração e segui-lo por toda a parte."

George Sand
mix (imagem+texto) by Moonshine

Os sonhos de Einstein

"Imaginem um mundo em que as pessoas não vivem mais de um dia. Das duas, uma: ou o ritmo das pulsações e da respiração é acelerado de modo a permitir que uma vida inteira seja comprimida até caber no espaço de uma volta completa da terra em torno do seu eixo, ou a rotação da terra é reduzida a uma velocidade tão baixa que uma volta completa corresponda à totalidade de uma vida humana. Qualquer das hipóteses é válida. Em qualquer dos casos, um homem ou uma mulher assistem apenas a um nascer e a um pôr do Sol."

in "Os sonhos de Einstein" de Alan Lightman

11 maio 2009

"Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar."
Drummond de Andrade
mix (imagem+texto) by Moonshine

09 maio 2009

Hamlet

Ser ou não ser, eis a questão: será maior nobreza sofrer a funda e as flechas da fortuna ultrajante ou pegar em armas contra um mar de infortúnios opondo-lhes um fim? Morrer, dormir… nada mais… É belo como dizer que pomos fim ao desgosto e aos mil males naturais que são a herança da carne. É esse um fim a desejar ardentemente. Morrer, dormir… dormir… e talvez sonhar. Sim, eis o espinho! Pois que sonhos podem vir desse sono da morte, depois de libertos do tumulto da vida? Eis o que deve deter-nos. Eis a consideração que nos traz a calamidade duma tão longa vida. Pois quem suportaria as chicotadas e mofas do mundo, a tirania do opressor, a insolência do orgulhoso, as dores do amor desprezado, as delongas da lei, a arrogância do poder, o desdém que o mérito paciente recebe dos indignos, quando podia buscar a própria quietude com um simples estilete? Quem suportaria tais fardos, protestando e suando numa vida dura, se não fosse o receio de qualquer coisa após a morte, dessa região não descoberta e de cuja fronteira, nenhum viajante regressa, que lhe quebranta a vontade e faz que antes queira sofrer os males da Terra que voar para outros de que nada se sabe?”

in "Hamlet" de William Shakespeare

08 maio 2009

Convenção Nacional do BookCrossing

09 de Maio de 2009 - 1ª Convenção Nacional do Bookcrossing em Portugal, em Ovar.

34

«Mas isso a que V. chama poesia é que é tudo. Nem é poesia: é ver. Essa gente materialista é cega. V. diz que eles dizem que o espaço é infinito. Onde é que eles viram isso no espaço?»
E eu, desnorteado. «Mas V. não concebe o espaço como infinito? Você não pode conceber o espaço como infinito?»
«Não concebo nada como infinito. Como é que eu hei-de conceber qualquer coisa como infinito?»
«Homem», disse eu, «suponha um espaço. Para além desse espaço há mais espaço, para além desse mais, e depois mais, e mais, e mais... Não acaba...»
«Porquê?» disse o meu mestre Caeiro.
Fiquei num terramoto mental. «Suponha que acaba», gritei. «O que há depois?»
«Se acaba, depois não há nada», respondeu.
Este género de argumentação, cumulativamente infantil e feminina, e portanto irresponsável, atou-me o cérebro durante uns momentos.
«Mas V. concebe isso?» deixei cair por fim.
«Se concebo o quê? Uma coisa ter limites? Pudera! O que não tem limites não existe. Existir é haver outra coisa qualquer e portanto cada coisa ser limitada. O que é que custa conceber que uma coisa é uma coisa, e não está sempre a ser uma outra coisa que está mais adiante?»
Nessa altura senti carnalmente que estava discutindo, não com outro homem, mas com outro universo. Fiz uma última tentativa, um desvio que me obriguei a sentir legítimo.
«Olhe, Caeiro... Considere os números... Onde é que acabam os números? Tomemos qualquer número — 34, por exemplo. Para além dele temos 35, 36, 37, 38, e assim sem poder parar. Não há número grande que não haja um número maior. . .»
«Mas isso são só números», protestou o meu mestre Caeiro.
E depois acrescentou, olhando-me com uma formidável infância:
«O que é o 34 na realidade?»

(Álvaro de Campos recordando episódios da vida de Caeiro)

Mar


"Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim,
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho,
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim."

in "Antologia - Mar" de Sophia de Mello Breyner

03 maio 2009

BookCrossing - LEM

Pavilhão de BookCrossing, Lisboa-Encruzilhada de Mundos, na Feira do Livro de Lisboa
Encontro com BookCrossers (2maio2009)
Mesa redonda com os BookCrossers: papalagui, fungaga e Jota-P (7maio2009)
Libertação massiva de livros (17maio2009)

BookCrossing - Wild release

Jardin du Petit Sablon, Bruxelles, Belgique - libertei (wild release) o livro "Le Chevalier de Maison-Rouge" de Alexandre Dumas em março de 2009

01 maio 2009

BookCrossing - Wild Release

Estátua de Bela Bartok na Place d'Espagne, Bruxelles, Belgique - libertei (wild release) o livro "Os Três Amores de Diana" de George Meredith em outubro de 2008

BookCrossing - Wild release

Musée Royaux des Beaux-Arts de Belgique, Bruxelles - libertei (wild release) o livro "O Pregador Atormentado" de Thomas Hardy em outubro de 2008