10 agosto 2010

Voo Final


"O outro avião aproximou-se rapidamente. Era muito mais veloz do que o Moth. Houve um clarão e um ruído de dísparos. Harald já esperava que o Messerschmitt disparasse sobre eles, mas não conteve um grito de choque e medo.
Karen virou para a direita, tentando estragar a pontaria do atirador. O Messerschmitt passou rápido por baixo. Os disparos cessaram, e o motor do Hornet Moth manteve a toada. Não haviam sido atingidos.
Harald recordou-se de Arne lhe ter dito que era bastante difícil um avião rápido disparar sobre um lento. Talvez fosse isso que os salvara.
Ao virarem, olhou pela janela e viu o caça desaparecer ao longe.
- Acho que estamos fora do seu alcance - referiu.
- Não por muito tempo - replicou Karen.
De facto o Messerschmitt dava a volta. Os segundos arrastaram-se enquanto o Hornet Moth descia a pique em direcção à protecção da nuvem e o caça célere descrevia uma volta ampla. Harald viu que o anemómetro deles atingira os cento e sessenta. A nuvem estava torturantemente próxima - mas não o suficiente.
Viu os clarões e ouviu os estampidos quando o caça abriu fogo. Desta vez o avião estava mais próximo e o caça tinha um melhor ângulo de ataque. Para seu horror, viu aparecer um rasgão em ziguezague no tecido da asa inferior esquerda. Karen empurrou a manche e o Hornet Moth inclinou-se.
Depois, subitamente, mergulharam na nuvem. "
in "Voo Final" de Ken Follet

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