15 junho 2011

Monsieur René


"Os convidados seguiram pela vereda do jardim, conversando entre si. M. René viu-os partir com um sentimento de satisfação. A organização já começava a adquirir um sopro de vida própria.
A meta final seria a de centenas de membros que faziam parte desta prisão aberta de pessoal de hotel e de restaurante, todos escutando como um só e como uma segunda natureza, peças que compunham um mosaico, frequentemente incompreensível para eles próprios, num padrão que um controlo central era capaz de decifrar sem dificuldade. O caminho tinha todas as características de ser difícil de percorrer. Haveria sempre os reticentes e os embusteiros, enchendo de pura invenção aquilo que não haviam sido capazes de compreender. E haveria os entusiastas exagerados, querendo resultados antes de terem sido feitos os alicerces. A ideia era de tal modo ambiciosa que precisava, acima de tudo, de serenidade. Precisava de uma dose de esperança em grau elevado, com uma resiliência capaz de suportar contínuas decepções. Resumindo, necessitava de estratégia."

in "Monsieur René" de Peter Ustinov

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