20 maio 2012
O Alquimista
"Quando tirou o casaco, pensando em dá-lo de presente a um rapaz da rua, as duas pedras rolaram pelo chão: Urim e Turim.
O rapaz então lembrou-se do velho rei, e ficou surpreendido ao aperceber-se há quanto tempo não pensava nisso. Durante um ano tinha trabalhado sem parar, pensando apenas em conseguir dinheiro para não voltar de cabeça baixa para Espanha.
«Nunca desistas dos teus sonhos», tinha dito o velho rei. «Segue os sinais.»
O rapaz apanhou Urim e Turim do chão, e teve novamente aquela estranha sensação de que o rei estava perto. Trabalhara duramente durante um ano, e os sinais indicavam que agora era o momento de partir.
«Vou voltar exactamente a ser como dantes», pensou o rapaz. «E as ovelhas não me ensinaram a falar árabe.»
As ovelhas, entretanto, tinham-lhe ensinado uma coisa muito mais importante: que havia uma linguagem no mundo que todos compreendiam, e que o rapaz utilizara durante todo aquele tempo para fazer a loja progredir. Era a linguagem do entusiasmo, das coisas feitas com amor e com vontade, em busca de algo que se desejava ou em que se acreditava. Tânger já não era uma cidade estranha, e ele sentiu que, da mesma maneira que tinha conquistado aquele lugar, poderia conquistar o mundo.
«Quando alguém quer uma coisa, todo o Universo conspira para que possa realizá-la.», tinha dito o velho rei."
in "O Alquimista" de Paulo Coelho
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