13 agosto 2009

Mais Rápido que a Luz

"O horizonte de um buraco negro é uma cortina de ignorância, tal como o do seu parente próximo, o horizonte cosmológico, o era. Para quem está de fora, o horizonte define uma superfície para lá da qual fica o desconhecido, uma vez que nada de lá pode sair para nos dar notícia do que é passado. O interior de um buraco negro está permanentemente desligado de nós.
Um buraco negro é «negro» porque, mesmo que o que está lá dentro brilhasse, a luz tornaria a cair para dentro do buraco negro, qual fogo de artifício a cair na Terra. É por esta razão que nunca poderemos ver um buraco negro directamente. Tudo o que veríamos seriam naves espaciais prestes a atravessar o horizonte, travando desesperadamente, tripulações condenadas enviando frenéticos sinais de SOS... e depois o silêncio total. Não porque os seus equipamentos se tivessem avariado, mas porque os seus gritos de auxílio estariam agora a ser tragados juntamente com eles, numa queda descontrolada rumo ao voraz buraco negro."

in "Mais Rápido que a Luz" de João Magueijo

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