25 outubro 2010

Regresso de Sherlock Holmes III


"– Por aqui, Watson – disse. – Podemos galgar o muro do jardim. Nunca pensei que um alarme se espalhasse tão depressa. Olhando para trás, vimos a imensa casa toda iluminada. A porta da frente estava aberta e vinham vultos a correr pela alameda. O jardim estava cheio de gente. Um criado gritou quando saímos da varanda e veio no nosso encalço. Holmes parecia conhecer perfeitamente o terreno, orientando-se sem dificuldade no meio das pequenas árvores, eu atrás dele e o nosso perseguidor sem nos perder de vista. Chegámos a um muro de seis pés de altura, mas Holmes pulou até ao topo e passou para o outro lado. Quando tentei fazer o mesmo, senti a mão do criado a agarrar-me pelo tornozelo, mas livrei-me com um pontapé e pulei. Caí de cara em cima de uns arbustos, mas Holmes ajudou-me imediatamente a erguer-me e juntos corremos pela vastidão de Hampstead Heath. Tinhamos corrido duas milhas, pelos meus cálculos, quando Holmes parou e ficou à escuta. Silêncio absoluto atrás de nós. Tinhamo-nos livrado dos perseguidores e estávamos salvos."

in "Charles Augustus Milverton", Regresso de Sherlock Holmes III de Sir Arthur Conan Doyle

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