01 setembro 2009

Relíquia


"Margo continuou nessa penumbra, movendo a lanterna pelo corredor, tentando deliberadamente, ver o monstro que deveria estar acocorado num canto a observá-los.
«Ainda não» murmurou Pendergast. «Espere até se mostrar plenamente.»
A criatura parecia estar quieta durante o que lhes pareceu uma eternidade, em silêncio, como uma gárgula de pedra. Margo podia vislumbrar os pequenos olhos vermelhos que a observavam na escuridão. Uma vez por outra, esses olhos desapareciam, para depois voltarem a aparecer, à medida que a criatura ia pestanejando.
Em seguida, o monstro deu outro passo, depois voltou a parar, como se para se decidir, com o corpo agachado, tenso e pronto a investir.
Começou então a avançar, na direcção deles, com terríveis saltos.
»Agora!» gritou Pendergast.
Margo tentou agarrar o capacete de mineiro e o corredor ficou subitamente banhado de luz. Quase de imediato sentiu um enorme BUM! À medida que a pistola de Pendergast ia disparando ao lado dela. O monstro parou, por instantes, e Margo conseguia vê-lo a pestanejar, abanando a cabeça diante da luz. Voltou-se então para trás, como se para morder a parte por onde a bala tinha passado. Margo sentiu uma profunda sensação de irrealidade: a cabeça do monstro surgia-lhe agora pálida e horrivelmente alongada, a marca da bala de Pendergast era apenas um risco branco por cima dos olhos, as poderosas patas da frente estavam cobertas com uma pelagem espessa e terminavam em longas garras; as patas de trás eram de pele enrugada e terminavam em cinco dedos."
in "Relíquia" de Douglas Preston & Lincoln Child

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