"Nessa noite, estabeleceu a rota do iate para oriente e ligou o sistema de navegação automático. Ficou acordado na sua cabina, deitado na cama. Mesmo agora, depois de mortes incontáveis, não conseguia dormir na primeira noite após um assassinato. Quando fugia, ou quando estava em público, conseguia sempre manter-se concentrado e frio. Mas à noite chegavam os demónios. À noite via os rostos, um a um, como fotografias num álbum.
Primeiro vivos e vibrantes, depois contorcidos com o véu da morte, ou desfeitos pelo seu método preferido de matar, três balas no rosto. Então chegava a culpa, e dizia para consigo que não escolhera aquela vida. Fora escolhida para si. De madrugada, com o primeiro raio de luz da alvorada a espreitar pela janela, acabou finalmente por adormecer."
in "A marca do assassino" de Daniel Silva
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